A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), comentou, em entrevista à CNN, sobre a ausência em audiência marcada para o último dia 26, no processo que apura a invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A assessoria da parlamentar informou, na data da oitiva, que ela estava internada em decorrência de uma arritmia cardíaca.
“Essa é a primeira vez que não sou ouvida na Suprema Corte. Só que, na verdade, minha oitiva estava marcada para a tarde, às 14h e ela não aconteceu… Não pela minha falta, mas pela ausência de testemunhas de acusação”, afirmou.
A deputada é ré, junto do hacker Walter Delgatti, pela invasão de sistemas do CNJ em 2023. Neste ano, informações falsas, como um mandado de prisão em nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foram inseridas o sistema.
Seis testemunhas foram indicadas para a audiência em questão. Dentre os nomes está o de Thiago Eliezer Martins dos Santos, condenado junto com Delgatti no caso conhecido como “Vaza-Jato” e Rosfran Lins Borges, servidor do CNJ.
“Duas dessas testemunhas não foram ouvidas ainda, uma delas a gente não abre mão de ouvir, que é inclusive funcionário do CNJ e ele não está conseguindo ser intimado, a gente até não entende o porquê. Você é funcionário do CNJ, como é que você não está conseguindo achá-lo e a gente precisa dessa oitiva dele para fazer a minha”, complementou Zambelli.
A parlamentar afirmou que caso essas testemunhas de acusação não sejam ouvidas, o depoimento dela, remarcado para esta terça-feira (01), terá que ser adiado mais uma vez.
“Todas as testemunhas de acusação precisam ser ouvidas, depois as testemunhas de defesa têm que ser ouvidas, as minhas de defesa não foram ouvidas também, só o Valdemar da Costa Neto, e depois disso a oitiva do Delgatti e a minha. Então a minha, por exemplo, está marcada para o dia primeiro, mas se a testemunha de acusação não aparecer de novo, vai remarcar de novo, independente de eu estar no hospital ou não”, completou.
Internação
Sobre a internação, no último dia 26, Zambelli disse que descobriu que possuiu a síndrome de SPOT (Síndrome Postural Ortostática Taquicardizante) – distúrbio cardíaco.
“É uma síndrome que chama SPOT, muito rara, em que o coração tem taquicardia dependendo da postura ortostática. […] De acordo com a postura que eu estou, se eu bebi água ou não, se eu comi ou não, se tem muita gente do lado ou não, se eu estou falando alto, por exemplo… ou se o estresse tá muito grande, tudo isso pode desencadear essa síndrome. Eu tenho ela desde os meus vinte anos, mas com o aumento do estresse na vida, ela foi aumentando”, afirma.
A deputada diz ainda estar se acostumando com os medicamentos.
“Estou naquela fase de me acostumar com o remédio e acabou ficando mais público tudo isso por conta do momento que estamos vivendo”.