O X (antigo Twitter) afirmou, por meio de nota divulgada na noite de quarta-feira (18), que o serviço da plataforma de mídia social foi restaurado de maneira “inadvertida e temporária” no Brasil após uma mudança no provedor de rede da empresa.
Ontem, usuários do X no Brasil relataram ter conseguido acesso à plataforma, que está bloqueada no país desde o último dia 30, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Quando o X foi desativado no Brasil, nossa infraestrutura para fornecer serviço para a América Latina não estava mais acessível para nossa equipe. Para continuar fornecendo um serviço ideal para nossos usuários, mudamos os provedores de rede. Isso resultou em uma restauração inadvertida e temporária do serviço para usuários brasileiros”, diz o comunicado da rede social.
“Embora esperemos que a plataforma fique inacessível novamente em breve, continuamos os esforços para trabalhar com o governo brasileiro para retomar muito em breve para o povo do Brasil”, finaliza o aviso.
A CNN entrou em contato com o STF para comentar as declarações do X e aguarda retorno.
Especialista explica “volta” do X no Brasil
O especialista em tecnologia Arthur Igreja explicou na edição de ontem do Bastidores CNN que o X realizou uma mudança no roteamento que leva à plataforma.
“O X trocou de endereço. Então ele foi por uma outra faixa de IPs e aí as pessoas estão conseguindo chegar nesse novo endereço”, esclareceu o especialista.
Além da alteração no endereço IP, o X também implementou uma mudança no caminho de acesso utilizando tecnologia da empresa CloudFair.
“É como se fosse a empresa que indica para o usuário a rota que ele fará até chegar no X”, explicou. Esta estratégia permite que alguns usuários consigam acessar a plataforma, driblando as restrições impostas.
Cenário complexo
Igreja alerta para a complexidade da situação: “Nós temos um tabuleiro de xadrez muito mais complexo. Já era complexo, mas ele fica ainda mais”.
Ele menciona que a tecnologia da CloudFlare é utilizada por diversos órgãos governamentais brasileiros, incluindo o GOV.br.
O especialista adverte ainda que, se a CloudFlare for notificada e também tirada do ar, pode haver um “verdadeiro caos na internet brasileira”.