Há dez anos, o governo federal e a fabricante sueca Saab firmaram um contrato para a compra de 36 caças Gripen à Força Aérea Brasileira (FAB). São 28 aviões da categoria E (monoposto) e oito da F (biposto), que deveriam ser entregues até 2027, mas o prazo deve ser estendido.

O atraso deve acontecer pela falta de recursos orçamentários para o pagamento do negócio que foi fechado por 39,8 bilhões de coroas suecas — hoje equivalentes a pouco mais de R$ 21 bilhões. Segundo uma fonte do Planalto à CNN, a chegada da última aeronave deve acontecer apenas no início da década de 2030.

Até o momento, foram recebidas oito unidades da categoria E pela FAB. Os caças, que tem apenas um assento, tem 15,2 metros de comprimento e 8,6 metros de largura.

Vazia, a aeronave pesa oito toneladas. Entretanto, pode ter o dobro na decolagem: 16,5 toneladas — contando com todos os equipamentos, combustível e o militar que estiver embarcado. O impulso máximo é de 98 kN (cerca de 9.993 quilos).

A aeronave possui 10 hardpoints — espaços na asa ou na fuselagem para transporte de cargas, como motores, munições, equipamentos, entre outros. O avião é equipado com um canhão Mauser BK27 milímetros.

O Gripen F, por sua vez, possui três principais diferenças com o Gripen E:

  • Número de ocupantes: Gripen E: um x Gripen F: dois
  • Cumprimento: Gripen E: 15,2 metros x Gripen F: 15,9 metros
  • Canhão: Gripen E: Mauser BK27 mm x Gripen F: não tem

Gripen F; caça conta com dois lugares • Divulgação/Saab

Como o Gripen funciona?

O caça voa em velocidade supersônica, com alcance de 4.000 quilômetros, podendo ser reabastecido no ar. A atual versão do Gripen ainda consegue carregar 40% a mais combustível que a anterior. O motor F414G tem potência de até 22 mil libras.

A sua velocidade máxima é de Mach 2 (2.500 km/h).

Para realizar um pouso, o Gripen precisa de 600 metros, podendo operar em pistas pequenas ou até em estradas. Em cerca de dez minutos, o caça pode ser rearmado, reabastecido e voltar para o combate.

Na manutenção, não é necessário escada para acessar os componentes da aeronave. Os painéis de acesso ficam em uma altura adequada para o responsável fazer a manutenção em pé. Uma troca de turbina, por exemplo, pode acontecer em menos de uma hora, segundo a FAB.

Veja mais detalhes sobre o Gripen:

Projeto do Gripen-NG • Divulgação/FAB

Guerra Centrada em Redes

Em sua concepção, o Gripen foi pensado para atuar na chamada Guerra Central em Redes, quando esquadrilhas voam conectadas digitalmente por datalink. Ou seja, quando um caça voa em uma posição estratégica pode compartilhar dado de seus sensores com as demais aeronaves.

É possível um avião lançar um míssil com base nas informações repassadas por outro.

O raio de combate é de 800 nm (milhas náuticas), cerca de 1.500 quilômetros. Decolando do 1º Grupo de Defesa Aérea, na Base Aérea de Anápolis (GO), os caças podem atacar alvos em todos os estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, além de parte do Norte e Nordeste.

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