Aquele filme que você já entra sabendo que vai chorar bastante. Esse é “Todo Tempo Que Temos”, que não engana ninguém desde o seu trailer. Protagonizado por Andrew Garfield (Homem-Aranha: Sem Volta para Casa) e Florence Pugh (Oppenheimer), o longa narra a história do casal que precisa lidar com o câncer avançado da mulher, que vai encurtar a história de amor de ambos.
É claro que já passamos por esse tipo de enredo diversas vezes, como é o caso de A “Culpa É das Estrelas“, que secou nossas lágrimas anos atrás. Então meu objetivo aqui, desde o início, era entender quão boa poderia ser essa execução e o que de novo o filme poderia trazer. Claro, a promessa desta dupla de excelentes atores também foi um ótimo atrativo para mim.
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O fato é que “Todo Tempo Que Temos” começa lento. Não no sentido de monotonia da história, mas no que exatamente ele está se propondo. O filme tem uma característica que me incomoda um pouco que é a incapacidade de expor claramente ao seu espectador quando existe uma mudança de tempo.
Os protagonistas estão sempre lembrando de momentos do passado e o longa não faz questão alguma de deixar isso claro. Então, a gente tem que ficar pescando indícios de que momento aquela cena está se passando. Esse problema só é resolvido mais à frente, quando a personagem de Florence muda o cabelo.
Um outro ponto é que seu intuito principal demora a se mostrar. Será apenas mais uma história de amor que vai ser ceifada pela morte de uma das partes? Mais adiante vemos que não é o caso. Para além do amor dos protagonistas, temos a necessidade de Almunt (Pugh) de se fazer eterna para a filha, de alguma forma. Ela sabe que a menina é muito pequena e poderá esquecer detalhes da mãe no futuro, quando ela já tiver partido. Seu foco, então, é em se fazer inesquecível, presente. Ela quer que a filha olhe sempre para trás e lembre do quanto a mãe foi incrível, ainda no fim da vida.
E isso dá uma conotação completamente diferente a “Todo Tempo Que Temos”, que até então estava mais do mesmo. Isso faz o espectador refletir sobre a passagem da vida e o que deixamos de marca pelo caminho. A visão é muito mais sobre a qualidade do tempo do que sobre a quantidade em si. O que já traz uma dualidade para nós, já que o ser humano, socialmente, tem a tendência de rejeitar a morte e se apegar ao corpo físico. Almunt quer se fazer eterna pelo seu legado, ainda que seja um legado apenas para a família que ela construiu.
Gosto bastante da forma como o filme é finalizado, sem grandes cenas que forçam o espectador a chorar. O choro vem com muita naturalidade, pelas reflexões que são feitas. As atuações estão muito afiadas e dão o tom no longa, ainda que ele tenha tido um começo com tropeços. Vale a pena conferir por todas as emoções que certamente serão despertadas.
Assista ao trailer de ‘Todo Tempo Que Temos’:
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