A dona do imóvel alugado pelo homem-bomba Francisco Wanderley Luiz disse à Polícia Federal (PF) que ele se apresentou dizendo procurar emprego em Brasília.
Catiene Duque prestou depoimento nesta segunda-feira (18). Ao deixar o prédio da PF, ela também disse que não notou nenhuma atividade incomum do homem.
“Sempre tranquilo. Na primeira vez que ele veio, ele falou que veio à procura de um emprego. Mas sempre tranquilo”.
Segundo Duque, Wanderley alugou o imóvel em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, por duas vezes. O homem pegou o contato da dona do imóvel por meio de uma placa. Nenhum contrato foi assinado.
Da última vez, ele ficou cerca de três meses até o dia do atentado na Praça dos Três Poderes, em 13 de novembro. A dona do imóvel afirmou ainda que o aluguel custava R$ 400 e que o inquilino sempre pagou em dia.
Investigações
Nas investigações, a PF busca entender a rota do homem no dia do atentado, a rotina em Brasília, além de tentar entender como ele tinha recursos para se manter na cidade.
Os agentes pediram a quebra dos sigilos telemático e fiscal do homem-bomba para analisar os dados. O acesso às informações depende de decisão judicial.
O depoimento de Catiene Duque levou cerca de 40 minutos na sede da PF, em Brasília. Os investigadores já ouviram vizinhos do imóvel, seguranças do Supremo Tribunal Federal (DTF) e policiais militares.
Bombas no imóvel
Após os ataques, a Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) foi até a residência de Wanderley. A CNN apurou que uma equipe antibomba encontrou na casa “muitos” explosivos prontos para detonação.
Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o uso de um robô antibombas da corporação foi essencial para salvar a vida dos policiais durante a operação. Um dos explosivos encontrados detonou no momento em que o robô abriu uma gaveta.
Com a explosão, a casa alugada por Francisco ficou completamente destruída. O forro de PVC cedeu e um fogão que estava no interior do imóvel foi arremessado ao chão, ficando totalmente destruído.