O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou viagem que faria à Europa nesta semana, a pedido do presidente Lula, informou a assessoria de comunicação da pasta neste domingo (3).

A previsão era de que o ministro ficasse fora do país de segunda-feira até a madrugada de sábado (9). Com a mudança na agenda, Haddad estará em Brasília ao longo da próxima semana, “dedicado aos temas domésticos”, disse o comunicado.

A alteração nos planos do ministro vem na esteira de pressão do mercado por avanços na proposta de revisão de gastos que a equipe econômica prometeu definir após as eleições municipais.

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Na última quinta, Haddad havia afirmado que uma semana de atraso na apresentação do pacote não prejudicaria a revisão e, pelo contrário, permitiria melhorar a qualidade do trabalho. No entanto, a percepção negativa do mercado sobre as contas públicas, somada às pressões do exterior, seguiram fazendo preço.

Na sexta, os juros DI voltaram a subir e o dólar bateu a segunda maior cotação da história.

Nesta semana, o ministro confirmou que as medidas precisarão ser aprovadas por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), mas não deu detalhes sobre as medidas nem especificou quando serão anunciadas.

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Segundo o jornal O Globo, o governo trabalha em três frentes, sendo uma delas a alteração de despesas obrigatórias, que são mais de 90% do Orçamento federal e têm comprimido o espaço para gastos com investimentos e custeio da máquina pública.

Nessa seara, uma das medidas em estudo é flexibilizar a obrigação de repasse a fundos, como o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), e criar um limite de 2,5% acima da inflação para o crescimento de alguns gastos. Discute-se ainda se esse será um limite global para despesas obrigatórias ou individual para alguns gastos.

Outras frentes envolvem a mudança de políticas públicas consideradas caras, como o seguro-desemprego e o abono salarial, além de controlar o fluxo de pagamento a benefícios específicos, como o ProAgro e o seguro-defeso.

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Várias dessas medidas já haviam sido antecipadas em julho pelo InfoMoney.

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