Carla Maria de Oliveira e Souza, filha do médico José Roberto de Souza, entrou com uma ação na Justiça de São Paulo na qual pede a inelegibilidade do candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB).

O pedido, protocolado neste sábado (5) acontece após Marçal publicar em suas redes sociais um laudo médico falso contra o candidato Guilherme Boulos (PSOL), supostamente assinado pelo pai de Carla, que está morto.

O documento associava seu adversário ao uso de cocaína. De acordo com a perícia da Polícia Civil de São Paulo, o laudo divulgado é falso.

Na petição, que possui 56 páginas, o advogado Felipe Torello Teixeira Nogueira alega que o candidato do PRTB cometeu o crime de falsificação de documento, previsto no Código Penal, e com pena prevista de prisão de um a cinco anos e multa.

O texto também destaca que José Roberto de Souza nunca atuou como psiquiatra, sendo médico da área de hematologia.

A CNN aguarda um posicionamento da equipe de Pablo Marçal sobre a ação.

Em agenda de campanha no último sábado, Marçal disse que que não tem “nenhuma ligação” com o falso laudo. “Eu recebi e publiquei”, disse Marçal à imprensa

Investigações

A Polícia Federal abriu uma investigação neste sábado (5) para apurar suposto laudo médico publicado nas redes sociais por Pablo Marçal contra Guilherme Boulos.

O inquérito foi aberto por um delegado da PF na superintendência de São Paulo, segundo apurou a CNN.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu a denúncia do laudo publicado por Marçal e acionou as autoridades competentes. O órgão encaminhou para o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), que enviou o caso para a PF.

O TRE-SP determinou que Marçal (PRTB) exclua das suas redes sociais vídeos em que faz referência a um laudo que relata um suposto uso de cocaína por parte de Boulos.

O caso

Marçal publicou na noite de sexta-feira (4), em suas redes sociais, um receituário médico em que era dito que Boulos, no dia 19 de janeiro de 2021, havia sido atendido na clínica médica Mais Consulta, no bairro do Jabaquara, na zona sul de São Paulo, com “quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”.

A publicação em que o candidato Marçal acusava Boulos de uso de cocaína foi retirada do ar pelo Instagram ainda na sexta. A publicação ficou disponível por cerca de 1 hora e 30 minutos.

Como a CNN mostrou, o registro do médico que aparece no receituário postado por Marçal é de José Roberto de Souza e está inativo por falecimento, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM).

De acordo com Boulos, o dono da clínica, Luiz Teixeira, seria um apoiador de Marçal e teria falsificado o documento. O candidato do PSOL afirmou que, no dia posterior ao que consta no prontuário médico, estava na Comunidade do Vietnã, na zona sul, “fazendo distribuição de cesta básica”.

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