O Exército Brasileiro indiciou nesta semana três militares no inquérito que investiga a autoria de uma carta endereçada ao comandante da Força em 2022.

O documento foi considerado pelo comandante da Força Terrestre na época, general Marco Antônio Freire Gomes, como uma pressão para que aderisse a uma tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais em que Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado.

De acordo com a corporação, foram indiciados três militares: o coronel Anderson Lima de Moura, da ativa, e os coronéis Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo, ambos da reserva.

A autoria da carta também teve participação de um quarto militar, o coronel da ativa Alexandre Castilho Bitencourt da Silva. No entanto, a investigação sobre ele foi sobrestada, em virtude da concessão de uma liminar judicial.

O Inquérito Policial Militar instaurado ainda poderá ter desdobramento. Caberá ao Ministério Público Militar analisar o conteúdo dos autos e decidir se oferece ou não uma denúncia após a investigação.

Conteúdo golpista

Conforme a CNN apurou com fontes do Exército, 37 militares da ativa e participaram da ação, produzindo, assinando ou difundindo a carta, “sendo todos ouvidos em processos apuratórios conduzidos por seus comandantes imediatos”.

“Ademais, preocupa-nos a falta de imparcialidade na narrativa dos fatos e na divulgação de dados, por parte de diversos veículos de comunicação”, dizia a carta.

Segundo a instituição, entre esses identificados, foram punidos 26 militares, enquadrados no regulamento Disciplinar do Exército (RDE), sendo eles 12 coronéis, 9 tenentes-coronéis, 1 major, 3 tenentes e 1 sargento. O resultado da sindicância foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmado pela CNN.

A sindicância também apurou haver indícios de crime na ação investigada, e em função disso, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, determinou a instauração de Inquérito Policial Militar, onde se encontram citados os 4 militares indiciados nesta semana.

 

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