A Nasa e outras agências espaciais espalhadas pelo mundo estão em busca de novos trajes espaciais que possam substituir — e superar — os usados por astronautas nos últimos 40 anos. Nesse vácuo, marcas de luxo, como a Prada e a Pierre Cardin, tem trabalhado para apoiar o desenvolvimento de novas vestimentos para as missões no espaço.

Os trajes de Atividade Extraveicular, ou EVA, já apresentaram problemas. Em junho, a Nasa abandonou os planos de remover uma caixa eletrônica defeituosa do lado de fora da estação espacial porque um traje EVA usado pela astronauta Tracy Dyson apresentou um vazamento.

O problema afetou a unidade de resfriamento do traje espacial, que mantém os astronautas em uma temperatura confortável enquanto trabalham.

Na semana seguinte, a agência espacial norte-americana e a sua parceira de longa data, a Collins Aerospace, “concordaram mutuamente” em encerrar o acordo, que comprometia a empresa a entregar os trajes espaciais até 2026.

Os contratos abandonados foram custeados no valor de mais de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 557 milhões). “Essa ação foi acordada depois que Collins reconheceu que seu cronograma de desenvolvimento não apoiaria o cronograma da estação espacial e os objetivos da missão da Nasa”, disse a Nasa em uma postagem de blog.

Axion e Prada

A agência, no entanto, tem um contrato com a Axion Space no valor de quase US$ 230 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) para desenvolver novos trajes espaciais sob o mesmo programa que a Collins operou. No entanto, os trajes da Axiom são projetados para serem usados ​​na Lua. E é aí que entra a primeira grife: a Prada.

O grupo italiano de luxo trabalha em parceria com a Axiom e revelou, na quarta-feira (16), o design do traje espacial que a Nasa usará na missão Artemis 3, que planeja levar o homem à Lua em 2026.

O novo traje espacial Axiom Extravehicular Mobility Unit (AxEMU), que passou por testes subaquáticos para simular o ambiente lunar, visa combinar funcionalidade altamente projetada e estética para lidar com as condições desafiadoras da Lua.

As vestimentas foram feitas para suportar temperaturas extremas no polo sul lunar e resistir às temperaturas mais frias nas regiões permanentemente sombreadas por pelo menos duas horas, disseram as duas empresas em um comunicado conjunto. Os astronautas também poderão realizar caminhadas espaciais por pelo menos oito horas.

Prada apresentou em Milão os trajes espaciais que a Nasa usará na missão Artemis, que busca levar o homem novamente à Lua • Reuters

Pierre Cardin e ESA

A Agência Espacial Europeia (ESA), por sua vez, também tem um traje espacial novo para chamar de seu.

O protótipo foi revelado no ateliê de Pierre Cardin em Paris em setembro e foi experimentado pelo astronauta alemão Matthias Maurer, que disse que o tecido do traje parecia confortável, com menos pontos de pressão em comparação com os trajes que ele havia usado anteriormente.

Para criar uma roupa que ajudasse a simular as condições na lua, o ateliê de Pierre Cardin desenvolveu tecidos que resistem a condições extremas de temperatura e, ao mesmo tempo, oferecem conforto e mobilidade. Essas características da roupa são importantes, disse a casa de moda, à medida que a moda se adapta às mudanças climáticas.

A colaboração com a ESA remete à emblemática coleção Cosmocorps de Pierre Cardin, lançada nos anos 1960, inspirada nas viagens ao espaço. Engenheiro e também designer, Basilicati-Cardin disse que o traje espacial já lhe deu ideias para alguns designs da próxima coleção prêt-à-porter.

*Com informações da Reuters e da CNN Internacional

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