O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB) disse, nesta quinta-feira (7), que as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos “têm tudo para crescer”, mesmo com a vitória de Donald Trump, que tem postura protecionista, para a presidência do país.
De acordo com Alckmin, as relações comerciais entre Brasil e EUA são de Estado e não pessoais. “O Brasil tem uma tradição de amizade e de complementação econômica com os EUA que, eu tenho certeza, tem tudo para crescer. É um ganha-ganha”, disse Alckmin.
A declaração foi feita a jornalistas depois do evento de lançamento do programa Raízes Comex, voltado para inclusão e ampliação de empresas lideradas por pessoas negras no comércio exterior brasileiro.
Na quarta-feira (6), com o anúncio da vitória de Trump, Alckmin fez publicação no X (antigo Twitter) para parabenizar o republicano. Ele sinalizou que espera ampliação na parceria entre Brasil e EUA.
“Parabenizo a vitória eleitoral de Donald Trump como 47º presidente dos Estados Unidos da América, com votos de que seja um período de promoção da paz, do desenvolvimento econômico e social, e de ainda maior ampliação da parceria entre Brasil e EUA”, escreveu o vice-presidente e ministro.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro do Brasil na troca de bens — atrás apenas da China. Mas se considerados o intercâmbio de bens, serviços e investimentos, o país norte-americano é o principal parceiro econômico-comercial do Brasil.
Trump tem uma postura mais protecionista do que a de Biden. Em campanha, o republicano prometeu impor tarifas de ao menos 10% a todos os produtos que chegam do exterior. Em 2023, os EUA importaram – em bens – o equivalente a US$ 36,9 bilhões, configurando o segundo país que mais importa do Brasil.
Raízes Comex
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em parceria com o Ministério da Igualdade Racial, lançou, nesta quinta-feira (7), o programa Raízes Comex, que busca ampliar a participação de empresas lideradas por pessoas negras no comércio exterior brasileiro ou capacitá-las para atuarem nesse setor.
A iniciativa oferece cursos de consultorias, capacitação, pacotes de incentivos e apoio à promoção comercial.
O evento também contou com a apresentação de um estudo inédito sobre a participação de trabalhadores pretos e pardos nas firmas de exportação e importação nos últimos anos. Ele mostrou que houve um aumento dessa população nesses espaços, mas que ela ainda ocupa apenas 8,9% dos cargos de direção e 21% dos cargos de gerência.
“Estudos como esse mostram que, se você tiver uma empresa mais diversa, o seu negócio é mais diverso”, afirmou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.